Segundo o campeão da edição de 2011 do Campeonato Estadual de Truco, que ainda não teve data confirmada para 2012 pela Secretaria de Esporte Lazer e Juventude de São Paulo, Tiago Scapinelli, o joguete é um grande aliado para o raciocínio. “Comecei a jogar na minha casa. Na época não tinha valor, jogávamos para brincar”, conta.
Profissional das cartas
A partir daí, Scapinelli começou a praticar com pessoas de sua idade e passou a frequentar torneios pequenos, de bairro, na cidade que residiu, em Mauá. “Conheci alguns colegas que me levaram para torneios até que cheguei ao Campeonato Estadual Paulista. Aos 14 anos já participava de pequenas competições em locais menores. O intuito era me divertir, mas quando notei, certa vez, que já estava na final, resolvi ir adiante. Com o passar do tempo, um pouco mais velho, decidi disputar torneios com amigos em eventos maiores”, relembra.
Sua primeira equipe foi da cidade de Mauá, de 2005 a 2010, período em que teve a oportunidade de frequentar grandes competições. Scapi-nelli conta que a premiação quase nunca envolve dinheiro, somente prêmios simbólicos, como medalhas. “Esta equipe foi meu grande berço, onde amadureci, aprendi muito em relação ao jogo e pude criar o nome que tenho no Estado. Em 2010, fiz uma pausa, e como as duplas do Paulista já estavam formadas desde o começo do ano, não consegui montar a minha, até que decidi no ano seguinte fazer a parceria com o Adriano Macedo, na Tico Truco”, destaca. Em 2011 a dupla conquistou as vitórias na Virada Esportiva e no Campeonato Paulista.
Da esq. p/ a dir. o árbitro Luiz Beber, a dupla campeã
Tiago e Adriano e o secretário de esportes de Barra
Bonita, Carlos Alberto Cescato, durante o Campeonato
Estadual Paulista de 2011
Grande evento
No Paulista, Scapinelli já chegou a competir com 800 a 2000 duplas. “Todas elas se inscrevem sem pagar taxa e sem a necessidade de classificação para o Estadual. As duplas jogam cinco rodadas, inicialmente capital contra interior. No final do dia sobram 28 duplas, destas somam-se quatro que ficaram nas primeiras colocações do ano anterior. Destas 32 sobram 16, em seguida oito, quatro e duas. O que ajuda bastante é que eu e o Adriano, além de parceiros, somos grandes amigos, tudo graças ao truco”, revela.
Os juízes acompanham de perto para que se cumpram as regras do jogo: não é permitido falar, por exemplo, apenas gesticular ou fazer mímica. “Cada dupla tem o seu sinal”, explica.
O que é?
De acordo com Scapinelli, a tão famosa palavra truco é usada quando o adversário tenta intimidar o outro com uma carta maior, ou seja, “ele quer demonstrar isso e pode ganhar ou perder pontos. Quem ‘chama’ para a jogada pode aumentar de três para seis pontos, por exemplo”, informa.
“Considero um esporte a partir do momento que também avaliamos o poker e o xadrez desta forma, pois não é um jogo de azar e sim de estratégia. É preciso estudar o adversário, pela forma que fica nervoso, que joga a carta, enfim, uma série de fatores ou mesmo ganhar pela parte emocional ou pela forma que ele truca, é preciso observar”, conclui.
Fonte: http://www.revistain.com.br/revista/edicao_248/esporte
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